O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o principal agente causal da AIDS, processo patológico no qual o sistema imune de um indivíduo portador perde progressivamente a capacidade de controlar infecções e desordens proliferativas malignas. O HIV é classificado em tipos 1 e 2 (HIV-1 e HIV-2). O HIV-1, mais agressivo, está associado aos diferentes estágios da AIDS e é o responsável pela pandemia da doença. O HIV-2 é menos patogênico, tem distribuição geográfica restrita (principalmente África) e raramente está associado à AIDS. O diagnóstico do HIV envolve duas questões principais: se o indivíduo está infectado e quão ativamente o vírus está se multiplicando. As provas sorológicas atualmente disponíveis (ELISA e "Western blot") verificam se um paciente produz reposta imune específica ao HIV. Uma vez que a infecção pelo vírus estabelece quadros que persistem por toda a vida do portador, o resultado positivo traduz-se em evidência consistente e confiável, constituindo-se como principal parâmetro para o diagnóstico do vírus em adultos. O tempo de positividade, ou seja, de soroconversão, depende da dose de infecção, do modo de transmissão e da sensibilidade do ensaio na detecção de anticorpos. A detecção do HIV-1 pela técnica de PCR aplica-se de forma particularmente estratégica em duas situações distintas: (1) recém nascidos -a transferência passiva (transplacental) de anticorpos maternos impede a aplicação de provas sorológicas indiretas. A PCR permite a detecção direta do patógeno, servindo de evidência da transmissão e; (2) janela imunológica -a infecção aguda pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é seguida por longo estágio de latência clínica livre de doença que, no entanto, não tem paralelo de latência viral (como demonstrado pelas altas cargas virais no plasma e, principalmente, em tecidos linfáticos). No período que se dá entre a infecção pelo HIV e a efetiva (e detectável) resposta imune, o diagnóstico molecular permite revelar o ocorrência do vírus. A carga viral representa valioso indicador clínico do "status" da doença e eficiente marcador de resposta à terapia antiviral. Os níveis de RNA do HIV-1 correlacionam-se com a progressão da doença, declinando após tratamento dos pacientes e aumentando após a seleção e proliferação de vírus resistentes. A monitoração do RNA de plasmas de indivíduos portadores do HIV-1 fornece avaliação rápida do efeito de tratamentos antiretrovirais que, quando eficientes, evidenciam significativo decréscimo em seus níveis após curtos prazos (2 a 4 semanas). O decréscimo dos níveis de RNA de HIV-1 no plasma está geralmente correlacionado com aumentos na contagem de linfócitos CD4 em pacientes cuja terapia demonstra-se efetiva; o declínio dos níveis de RNA viral seguido de retorno ao nível do pré-tratamento indica emergência de cepas de HIV-1 resistentes ao tratamento.
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